Letícia Pazuch

Quando eu me apaixonei pela educação, todos diziam que eu era louca! Na minha família, algumas das minhas tias já tinham histórico como professoras. Lembro nitidamente de um dia em que todas se juntaram e vieram me dizer "Leticia, você não pode ser professora!"
As justificativas eram várias: O salário não compensa. Você vai começar trabalhando em creches sendo 'limpadora de bunda de criança'. Quando eles crescem, podem ser violentos com você, porque você nunca sabe o que está acontecendo na casa e na família do seu aluno.
Mesmo assim, comecei a cursar o magistério no Colégio Sepé Tiraju, na minha cidade natal, Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. O ano era 1989.
Com o magistério, fui trabalhar em uma creche na minha cidade. A escola ficava longe da minha casa, e tinha péssimas condições. Mas quando se tem a juventude no peito e um enorme amor pela profissão, nada disso importa!
Vi diretora de creche batendo em crianças inocentes, que não compreendiam o que estava acontecendo; vi bebezinhos em situações humilhantes, com fraldas sujas por horas a fio, chorando, até que viesse alguém acudi-los. Nessa fase, eu não era uma educadora. Eu era tratada como uma empregada: limpava a creche, ajudava a lavar as roupas de cama sujas, trocava fraldas... E ficava indignada com a situação que eu via todos os dias.
Foi aí que eu me mudei para Caldas Novas, em Goiás. Ali, reascendi minha paixão pelo ambiente escolar. Ingressei na faculdade e, em 2003, me formei Pedagoga pela UEG. Logo no ano seguinte, iniciei a Pós-Graduação em Psicopedagogia pela Universidade Salgado de Oliveira em Goiânia. Tive uma pausa educacional nesse período, onde me dediquei exclusivamente para o ensino na sala de aula.
Em 2016 voltei a me especializar, fazendo uma Pós Graduação em Gestão Escolar no Insituto Wallon em Goiânia. Logo após, em 2018, fiz uma Formação em Kids Coach pela CEO Kids Brasil.
A partir daí, criei o Projeto Florescer. Atendo crianças como assistente terapêutica e psicopedagoga, com atividades lúdicas e cientificamente comprovadas, que aflorem nos pequenos os seus sentimentos e que os ajude a melhorar também o desempenho escolar.
Mesmo assim, não consegui ficar longe do aprendizado. Como acredito no poder da educação para TODAS AS IDADES e quero permanecer educando e aprendendo até que não seja mais possível, em 2020, no auge dos meus 48 anos, me tornei novamente aluna, iniciando uma Pós Graduação em ABA.
A educação está sempre mudando. Por isso, estou sempre buscando novas formas de ampliar o meu currículo e me manter preparada para os desafios. E você?